Após três meses de investigação, policiais da Delegacia de Itabela, no Extremo-Sul baiano, desarticularam hoje (14) uma quadrilha que falsificava contracheques da Prefeitura local e inseria o nome de pessoas como se fossem servidores públicos na folha de pessoal da Secretaria de Educação do município. Posteriormente, os vigaristas sacavam o dinheiro depositado numa conta bancária pela Prefeitura. A "Operação Holerite" foi deflagrada no começo da manhã, com o apoio do Ministério Público.
Sob o comando do coordenador da 23ª Coorpin (Coordenadoria Regional dePolícia de Eunápolis), delegado Odílson Pereira Silva, os agentes cumpriram seis dos nove mandados de prisões temporárias, expedidos pelo juiz Roberto Costa de Freitas Júnior, e três mandados de busca e apreensão. Márcia Lúcia Oliveira Santos Brito, de 38 anos, ex-chefe do Setor de Pessoal da Prefeitura de Itabela, foi capturada às 5 horas,em sua residência, na rua Mário Andreazza, no centro da cidade, onde foram apreendidos dois computadores, uma impressora, carimbos e documentos falsos.
Na sede do Colégio Municipal Augusto Gonçalves Costa, os policiais apreenderam mais dois computadores, uma impressora e uma máquina xerox copiadora, utilizada para falsificar os contracheques. Além de Márcia Lúcia, apontada como a líder da quadrilha, foram presos os falsos funcionários públicos Alessandra Sismandes e Oliveira, Uander de Brito Martins, Alessandra Ferreira dos Santos, Tarcísio Cruz Batista e Josiel Souza Guedes.
Autuados por falsificação de documentos públicos, estelionato e formação de quadrilha, pelo delegado Jorge da Silva Nascimento, titular da Delegacia de Itabela, eles estão custodiados naquela unidade, à disposição da Justiça Criminal.
A Polícia está a procura dos outros três integrantes do bando, todos já identificados. Os equipamentos e os documentos apreendidos com os falsários serão encaminhados para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT), em Salvador.
"Lavagem" de dinheiro
De acordo com o delegado Odílson Pereira Silva, o dinheiro desviado dos cofres da Prefeitura era "lavado" numa conta bancária da filha de Márcia Lúcia, de prenome Michelle, ainda não encontrada.
Os golpistas subtraíam mensalmente R$380,00 dos cofres municipais, repassando R$ 180,00 para a líder da quadrilha. "Apreendemos com Márcia Lúcia Brito vários comprovantes de depósitos feitos na conta de Michele no valor de R$ 180,00", informou o coordenador regional.