Os bombeiros militares do Estado da Bahia sempre lembram do dia dois de maio, pois esta data se transformou num símbolo de coragem e abnegação para a classe miliciana; impossível, portanto, de ser por nós esquecida.Mas o que realmente aconteceu neste dia?
Era noite do dia 02 de maio de 1935... no meio da ladeira do Taboão, encontrava-se o Beco do Frazão cheio de casinhas habitadas por pessoas humildes.
Fortes chuvas atingiam a Cidade de Salvador. De repente, por volta das 20:00h, uma quantidade de terra desmorona e atinge as casinhas, soterrando várias pessoas. Os bombeiros foram comunicados do ocorrido e logo estavam no local, destemerosos, trabalhando na remoção dos escombros, tentando salvar as vítimas de soterramento.
Os destemidos soldados do fogo aguardam ordens para reiniciar os trabalhos quando surgem, em meio aos escombros, os bombeiros Agnaldo cerqueira Freitas e Octacílio Alves Campos, que já eram tidos como mortos. Estavam com as fardas enlameadas e disseram que, embora se achassem soterrados, conseguiram afastar a terra com as mãos, saindo dali.
Porém, infelizmente, oito bombeiros soterrados, pereceram de forma digna e honrosa. Foram eles:
Ten Claudionor Jerônimo Wanderley
Sgt Antônio José dos Santos
Sgt Cícero José da Costa
Sd Eudes Fernandes de Santana
Sd Fernando José Cardoso
Sd José de Brito Barbosa
Sd Jair de Barros Farias
Sd Odilon Farias de Almeida
O Ten Wanderley havia chegado recentemente de uma turnê pelo sul do país, onde as tocatas da Banda de Música do Corpo de Bombeiros foram ovacionadas. Não foram poupados pela imprensa, notadamente à atuação e desempenho do seu regente.
O povo baiano, em grande número se fez presente às cerimônias fúnebres. Os heróis foram promovidos "post mortem" por ato de bravura.
Foi desta forma e diante destas circunstâncias que a Catástrofe do Beco do Frazão marcou em definitivo a história do Corpo de Bombeiros.