quarta-feira, 27 de julho de 2011

Feira de Santana só registrou três doações de órgãos em 2011

Família deu exemplo e doou quatro órgãos de um rapaz de 31 anos. Na Bahia, mais de duas mil pessoas são cadastradas para transplante.
Em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, foram realizadas este ano apenas três doações de órgãos. São raras as famílias que se preocupam com o assunto, como o caso de um rapaz que morreu em um acidente e teve quatro órgãos doados. O acidente foi na propriedade da família de Rogério Cruz Santos, então com 31 anos, no distrito de Maria Quitéria.

O irmão lembra com detalhes como tudo aconteceu. Segundo ele, Rogério tinha acabado de atirar com uma espingarda de dois canos no quintal de casa. Como um dos tiros não saiu, ele resolveu soprar o cano da arma quando um resto de pólvora estourou na boca de Rogério. Ele foi levado para o Hospital Geral Clériston Andrade, mas não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral.

Ele foi soprar e estourou na boca dele. a pólvora mesmo, não tinha espoleta, não tinha chumbo, não tinha nada”, conta o irmão, o vigilante Railton Mário Cruz. Os parentes e amigos estão desolados com a tragédia, mas a parteira Maria da Cruz e o carpinteiro Hamilton dos Santos, pais de Rogério, encontraram uma forma de manter viva a lembrança do filho. Rins, coração, fígado e córneas foram doados pela família.
“Eu acho que quando a gente doa os órgãos da pessoa salvamos vidas. O maior prazer que eu tenho é saber que ele está morto, mas os órgãos dele estão vivos em alguma pessoa”, diz a mãe. Seu Hamilton diz até que queria conhecer a pessoa que hoje vive com os órgãos de seu filho.

Doação
A atitude da família não é a mesma de muitas pessoas que perdem seus familiares, em Feira de Santana. Este ano, a comissão intrahospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplantes do Hospital Clériston Andrade conseguiu fazer três captações de órgãos, embora a unidade tenha feito 11 protocolos de morte encefálica, que é a condição necessária para a doação de órgãos.

na Bahia, mais de duas mil pessoas estão cadastradas à espera de um órgão. Do número, mais de mil são para tranplante de rins. Segundo Marizélia Martins, enfermeira da comissão, o que impede as pessoas de doarem órgãos é o medo e a falta de informações sobre o assunto.

“As pessoas ainda não estão esclarecidas quanto à importância do papel de doar”.
Capacitação - Na região sul do estado, a coordenação do Sistema Estadual de Transplantes promove uma capacitação de profissionais que atuam em Itabuna e Ilhéus, junto com as secretarias municipais. É o Encontro de Transplantes e Doação de Órgãos e Tecidos, que vai até quinta-feira (28).
Fonte: As informações são do G1.

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