Por Maria Rocha
Viajar em ônibus clandestino pode custar muitas vidas, como aconteceu no final da semana passada, quando 11 pessoas morreram no choque de um veículo irregular com uma carreta próximo a São Desidério. Eles não oferecem segurança, tampouco garantem qualquer indenização no caso de acidentes. A prática é cada vez mais crescente, o que dificulta a fiscalização. Somente este ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) notificou 987 transportes clandestinos que circulavam nas rodovias baianas. A comercialização de liminares que concedem a livre circulação de empresas irregulares já foi detectada pela corporação, que garantiu ter enviado aos órgãos competentes para que tomem providências.
A informação é do inspetor da PRF e presidente da Comissão de Fiscalização de Transportes, Ruvenal Farias. Ele preferiu não divulgar o nome da empresa autora da prática, apenas disse que seus veículos circulam no país inteiro e quando começou no ramo, tinha apenas seis ou sete veículos e atualmente está com uma frota de aproximadamente 100 ônibus.
“Existem vários documentos com suspeita de autenticidade, algumas empresas de transportes estão ludibriando a Justiça. Tem uma específica, que conseguiu uma liminar em ação cível para trafegar em algum trecho, e está vendendo para outras empresas, as liminares para transitar livremente. Já tomamos conhecimento, pegamos a autorização e encaminhamos para o órgão competente, que nesse caso é a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, disse Farias.
Para a PRF o transporte clandestino é um grande fator de aumento do número de acidentes nas rodovias. A superlotação de passageiros, veículos sem manutenção e equipamentos de segurança são os problemas mais comuns encontrados em vans e ônibus irregulares. Por conta da quantidade de acidentes ocorridos no Natal a PRF adotou novos procedimentos que serão aplicados no Reveillon. A intenção é evitar o maior número possível de acidentes.
Segundo o inspetor Tourinho, a PRF tem sempre desencadeado ações nos principais locais onde os transportes irregulares costumam transitar. Cidades como Guanambi, Feira de Santana, Eunápolis, Paulo Afonso, Barreiras são as mais utilizadas, mas a lista conforme o inspetor é bastante extensa.
“Eles partem de pontos variados, hoje a comunicação por celular é muito rápida e são informados onde estamos atuando, por conta disso, desviam e utilizam as vias vicinais, foi o que aconteceu com o ônibus que se chocou com a carreta nas proximidades de São Desidério”, informou Tourinho.
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