sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Policial Civil é indiciada por Homicídio qualificado e Preconceito Racial

A policial civil Tatiana Vaz, que matou o trabalhador negro Luiz Carlos Bonfim Silva, 30 anos, dia 16, em Porto Seguro (a 707 km de Salvador, no extremo sul), ao confundi-lo com um seqüestrador, será indiciada por homicídio qualificado e por preconceito racial, informou o promotor de justiça, Maurício Magnavita.

No inquérito policial, a agente não será indiciada, pois a delegada Teronite Guimarães, titular da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deltur), avaliou que a acusada agiu “em legítima defesa de terceiros”.
O promotor Magnavita afirma que ao ouvir as três testemunhas da ação da policial, que estavam no veículo junto com Luiz Carlos e ao analisar o resultado do exame cadavérico da vítima, ficou constatado que Tatiana estava muito perto de Luiz Carlos (a cerca de 20 cm), quando fez o disparo.

“A esta distância, a polícia tinha a situação sobre controle, não tinha porque efetuar o disparo. Não teria como a vítima reagir”, disse o promotor. As três testemunhas, que estavam no carro junto com Luiz Carlos, no momento da diligência, foram novamente ouvidas pelo promotor, que disse não ter ficado satisfeito com os depoimentos colhidos pela polícia. “Estavam aquém do que seria necessário para apurar o caso”, avaliou Magnavita, revelando que ao ouvir as testemunhas pôde concluir que os policiais não se identificaram antes, como indicam depoimentos colhidos pela delegada.

Preconceito
“Nenhum dos três ocupantes do carro, viu a viatura, nem ouviram a sirene e os policiais não estavam devidamente identificados”, acrescenta o promotor. Tatiana será também indiciada por preconceito racial, pois segundo o promotor, ficou claro que toda a ação policial foi motivada pelo fato de três homens negros estarem dentro de um carro de luxo com uma senhora branca.

O promotor elabora a denúncia que será encaminhada à Justiça logo e ele acredita que, pela repercussão do crime e pelo interesse do MP, o caso terá uma solução rápida e que a policial seja levada a júri popular.
A policial Tatiana Vaz está afastada de suas atividades na Deltur, em Porto Seguro. O caso está sendo investigado também pela Corregedoria de Policia.

O crime
O trabalhador Luiz Carlos foi assassinado pela policial Tatiana Vaz, ao ser confundido como um seqüestrador. Luiz Carlos estava sentado no banco do carona de um Mercedes prata, dirigido por sua patroa (uma senhora branca) e no banco de trás estavam dois colegas de trabalho, também negros.
No momento que foi baleado, o trabalhador estava com um telefone celular na mão, habilitando créditos. A versão apresentada foi de que estava ocorrendo um seqüestro-relâmpago, um vez que o carro estava parado perto de uma agência bancária.

da Sucursal de EunápoliS so site Grupo Reencontro

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