24/05/2008 - 15h15
O senador Jefferson Péres mandava fazer seus ternos com o mesmo alfaiate desde a década de 50 e gostava de comer tacacá. Na Câmara Municipal de Manaus, era o "controlador" da colega Otalina Aleixo, uma das mais tradicionais vereadoras da cidade que, ao contrário dele, que "era de ação", nas palavras da matriarca de uma família de 24 filhos, "costumava dar seus coices".
- Ele sempre foi direto e determinado quando falava. Nunca levantou a voz - contou a ex-vereadora, cercada de personagens históricos de Manaus.
Como o alfaiate Aloísio Malheiros, de 75 anos, que contou que o senador sempre dava preferência aos ternos de cor azul marinho, e que era econômico. O último foi feito há dois anos.
- Quando ele se mudou para Brasília, achei que ele trocaria de alfaiate, mas ele não quis - disse, lamentando a péssima qualidade dos novos tecidos.
A agricultora Edinésia Lopes viajou um dia pelo estado do Amazonas para representar a avô, a finada Pequenina, a melhor tacacazeira do bairro de Aparecida, onde o senador morou quando solteiro.
- O senador me conhecia desde pequeninha - disse.
Para Edivaldo Fernandes, foi difícil começar o dia de trabalho neste sábado. Ele arrumou um quarto que não tinha sido ocupado, e não tinha o habitual café da manhã preparado há mais de 15 anos para servir. Há 30 anos como "pessoa de confiança" da família Carpinteiro Péres, Edivaldo contou à Agência Senado que "perdeu um pai".
- Ele era um braço forte pra mim. Tenho orgulho de ter trabalhado com ele - disse.
O velório do senador Jefferson Péres, que morreu de enfarto nesta sexta-feira (24) está sendo realizado no palácio Rio Negro, em Manaus. O enterro está marcado para as 16h (no horário local, 17h em Brasília) deste sábado no cemitério São João Batista, também em Manaus.
Raíssa Abreu / Agência Senado
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